domingo, 12 de setembro de 2010

Entendendo o BUM da engenharia

Volta e meia penso no mercado para engenheiros e me pergunto como chegamos até aqui. Sou pouco entendedora da macro-economia e antes de entrar na faculdade e ter escolhido esse curso, não fazia nem idéia que o Brasil estaria com um crescimento tão bom quanto está agora, e nunca imaginei que o engenheiro civil seria tão valorizado.

Agora olho para trás e tento entender como foi que tudo isso aconteceu, tento traçar uma linha lógica de raciocínio e real, de preferência. Tento não concluir que foi o governo do PT que fez as coisas acontecerem, mas sou muito má informada para afirmar com certeza sobre isso.

Teria sido o PAC, teria sido o MINHA CASA, MINHA VIDA o que seria?

Passeando pela internet encontrei um artigo interessante que explica a trajetória do Brasil no setor econômico:

Década de 1960 - Sem mecanização, os canteiros empregavam grande número de pessoas. Na construção de Brasília, inaugurada em 1960 e que durou quatro anos, trabalharam 65 mil operários. Quem toca a obra é o mestre. Começam a se consolidar as grandes empreiteiras nacionais.


Década de 1970 - Fase do regime militar e do "milagre econômico", que gerou a construção de grandes barragens, hidrelétricas e estradas. Implantação de novos processos tecnológicos em obras de construção pesada e na habitação de larga escala, promovida pelo BNH. Qualificação dos engenheiros e início da criação de grandes empresas de projetos.

Década de 1980 - Extinção do BNH e agravamento da inflação. Fim das grandes obras de infraestrutura e recessão no setor imobiliário. Desvalorização da engenharia e início da "ciranda financeira" das aplicações. Engenheiros migram para outros setores. Sem nenhuma preocupação com prazos e custos, as obras imobiliárias deixam a inovação de lado.

Década de 1990 - Encol e Método aplicam a engenharia de produção à construção civil. O baixo crescimento da economia motiva a busca pelo aumento da produtividade e redução de custos. O drywall, a alvenaria racionalizada, o banheiro pronto e outras tecnologias aparecem. Uso do Project para controle das obras. Surgem a nova NR-18, que renova a ênfase na segurança, e os programas de qualidade, como Qualihab e PBQP-H.

2000/2005 - A URV (Unidade Real de Valor) e o Plano Real domam a inflação. Nasce a visão sistêmica da obra. Busca pelas certificações ISO 9000 e ISO 14000. Uso de sistemas pré-fabricados e mecanização das obras. Fabricantes de novas tecnologias oferecem treinamentos. Aumento das preocupações ambientais.

A partir de 2005 - As construtoras se lançam na Bolsa de Valores. A alienação fiduciária, a securitização de recebíveis e o patrimônio de afetação criam arcabouço jurídico seguro para financiamentos. Criação do Programa de Aceleração do Crescimento e do programa Minha Casa, Minha Vida. Interesse pelo segmento de habitação popular. Engenheiros são incentivados a buscar conhecimento em negócios, que ganha tanta importância quanto o conhecimento técnico.

Mas não explica efetivamente sobre o BUM da engenharia. Falo não só de contruções residenciais, mas de grandes obras de infra-estrutura, seria mesmo o PAC?

Tarefa de amanhã: Ler sobre o PAC para descobrir até que ponto é verdade o que a Dilva diz.


Referências:
http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/161/o-gap-da-engenharia-cobra-a-conta-veja-como-182481-1.asp

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